domingo, 30 de março de 2008

FICHAMENTO: Psicologia - Aula 2: Teoria da Personalidade

FICHAMENTO: Psicologia - Aula 2: Teoria da Personalidade

1. Sigmund Freud (1856 - 1939 )


1.1 História

Sigmund Freud nasceu na Àustria, em 1856. Filho de judeus, desistiu de ingressar a carreira militar por medo o crescente anti-semitismo na região, o que o levou a seguir os estudos na área da medicina. Durante seus estudos, foi influenciado por Ernst Brucke, que acreditava num equilíbrio de energia humana pelo princício da conservação de energia. Tal visão foi adotada por ele mais tarde, em seus estudos sobre o funcionamento psicológico.
Mais tarde, foi influenciado por Jean Charcot e seus estudos sobre e, após a morte de seu pai, iniciou sua auto-análise e tentou amenizar sua dor por meio de buscas de respostas no inconsciente. No futuro, utilizaria em seus pacientes a técnica catártica e, ainda, o método de associação livre, ambos tentam "resgatar" o inconsciente, seja por cartase, liberando emoções, ou por meio da associação livre, que, por meio de estímulos, traz à tona os pensamentos do paciente - o que o levou à escrever seu mais reconhecido trabalho, "A Interpretação dos Sonhos".
Outros temas frequëntes na teoria freudiana foram também a sexualidade infantil e sua relação com perversões e neuroses - o que resultou em uma imagem negativa sua entre a sociedade - e, principalmente a sexualidade em sí; também foi trabalhado o desejo de morte ou pulsão de morte, durante a guerra, onde estavam dois filhos seus e quando uma de suas filhas morreu. O anti-semitismo também o influenciou, durante a década de 30.


1.2 A Visão de Freud Sobre a Pessoa e a Sociedade

A teoria freudiana baseava-se, principalmente, na observação de Freud sobre seus pacientes. Deste modo, sua teoria psicanalítica sobre a pessoa se separou em dois eixos: o primeiro, e principal, é a crença num sistema energético, em que o homem possui uma quantidade energética que flui, desvia-se ou é bloqueada. Tal movimentação de energia se deve à finalidade desta de obter prazer por meio da liberação de energia e, conseguinte desta, o alívio de tensão.
A outra visão, mais filosófica que a primeira, contém uma "verdade" constrangedora: os homens não são bons por natureza e que possuem um instinto de agressão e um desejo por ela, presente em todas as relações humanas - salvo, segundo ele, na relação entre mãe e filho homem. Além da pulsão agressiva há a pulsão sexual e, juntas, entram em conflito com a sociedade. Mais precisamente, Freud enfatiza a inibição sexual presente em seu contexto histórico; a busca do prazer era directamente conflitante com o ideal de civilização, também presente em seu tempo.
A união das duas teorias está presente no momento em que Freud analisa que, pelo princípio do prazer - a busca incessante pelo prazer - ,a as pessoas canalizam sua energia que, por ir contra às condutas determinadas pela sociedade, está acumulada, e desviam-na para outro modo de libertação, de acordo com a sociedade, como as artes e a ciência. Portanto, para Freud, da liberação de energia - a pulsão sexual e agressiva - canalizada e desviada para fins sociais, é o progresso.
Freud ainda afirma que o progresso tem uma consequência, ou um preço, que é a miséria. a perda de felicidade - e o aumento da inibição do princípio do prazer - e um senso de culpa. Para a psicanálise, há a consideração de que os instintos devam ser libertos de qualquer forma de supressão ou frustramento. Pesquisas recentes revelam que " o próprio ato de supressão pode tornar esses pensamentos ainda mais estimulantes do que quando os temos propositalmente".


1.3 A Teoria Freudiana da Personalidade

A partir da visão do homem como um resultado do conflito entre forças, Freud estruturou sua teoria psicanalítica sobre a personalidade humana, cujo fim era, segundo ele, "a descoberta do inconsciente na vida mental". Haveriam, portanto, diferentes níveis de consciência, sendo o consciente aquele que o homem percebe os fenômenos na realidade e em dado momento; o pré-consciente aquele o homem tem a possibilidade de percebê-los; e o inconsciente, o mais aprofundado dos três, aquele que só se percebe os fenômenos em determinadas circunstâncias.
Segundo a psicanálise, grande parte do comportamento do homem é determinado por uma força, ou motivos, os quais ele não está ciente. São, pois, inconscientes. Não têm necessidade de lógica, tempo e espaço e têm, normalmente, seu significado implícito simbolicamente - principalmente em sonhos, tema de seu mais renomeado trabalho, "A Interpretação dos Sonhos". A motivação do inconsciente se dá ao não trazer à tona - ao consciente - , pensamentos que podem ser desagradáveis ou dolorosos - indesejáveis pela pessoa -, devido ao princípio do prazer.


2. Psicanálise e o Inconsciente

Uma corrente recente de psicanalista acredita que, diferentemente de Freud, o inconsciente influencia a todo momento o comportamento humano por meio de atos falhos, noções errôneas e acidentes que, na verdade, trazem à tona o que está inconsciente involuntariamente - como um sentimento proibido - , chocando quem escuta e quem se expressa.
Durante as décadas de 60 e 70, por meio de experimentos, registrou-se que indivíduos poderiam guardar informações no inconsciente e, por um estímulo - como uma palavra dotada de significado - , revelar essa informação sem perceber que ela já era conhecida. Chamava-se percepção sem consciência, ou, na denominação recente, percepção subliminar, esse tipo de armazenamento inconsciente de dados.
A defesa perceptual é uma linha de pesquisa que acredita na seleção inconsciente de armazenamento de informação. Isto é, o indivíduo pode receber certo tipo de informação que lhe seria considerada ameaçadora e não identifica-la, ou não estar ciente dela. O inconsciente absorve tal tipo de informação, rejeitando-a do consciente.
Do outro lado há a ativação psicodinâmica subliminar, que, ao invés da defesa perceptual, que "esconde" mensagens ameaçadoras, se estimula desejos inconscientes para torná-los conscientes. Por meio de estímulos pode-se produzir efeitos emocionais a quem se expõe tal estímulo, como em uma mensagem de carga negativa podem trazer a sensação de peturbação, e mensagens com carga positiva, ou amena, podem trazer a sensação de alívio. Por exemplo, pessoas com transtorno almentar, ao serem "bombardeadas" com estímulos de abandono - como a foto de um bebê chorando -, buscariam uma compensação a esse sentimento e sentiriam vontade de comer.
Há, atualmente, dois pontos de vista diferentes sobre o inconsciente: o inconsciente psicanalítico, que se aproxima da visão freudiana, afirmando que o inconsciente é irracional e ilógico; são pensamentos, sentimentos e motivos dotados de carga agressiva e sexual, motivados a se manter "escondidos" no inconsciente que influenciam o comportamento cotidiano.
Já a visão cognitiva do inconsciente considera semelhante o inconsciente e o consciente, podendo ser lógico e racional, de qualquer natureza - e não somente sexual e agressiva - , não motivadas, inconscientes devido ao fato de não ser necessário o nível consciente para se executar um ato de tal natureza, como, por exemplo, amarrar o sapato. Portanto, não são motivadas e não necessitam de um significado psicodinâmico, como uma ameaça para influenciar os sentimentos e pensamentos.



2.1 Id, ego e superego

Desenvolvida por Freud, os conceitos de id, ego e superego envolvem a energia e o modo como ela é utilizada ou distribuida. Primeiramente, o id é a busca da liberação imediata de toda a energia e a busca do prazer, sem contrangimento pela razão, lógica ou moral e, basicamente, é a pura energia da pulsão destinada exclusivamente a seu fim natural: obtenção de prazer.
Já o superego é o extremo inverso do Id, pois representa o cumprimento severo às regras morais, demilitado por noções constratantes como "bom" e "mau", sem um julgamento a priori, podendo o indivíduo sentir-se culpado por pensar em algo considerado "mau", sem, necessariamente, ele por em prática tal pensamento ou refletir a possibilidade de pratica-lo.
Há um meio-termo, o ego, que busca conciliar os desejos do id com as noções do superego e aplicá-los na realidade. Basicamente, o ego busca a realidade, e é operado segundo o princípio da realidade, isto é, busca o máximo de prazer e, ao suspender temporariamente o princípio do prazer, demilitá-lo pela realidade e a consciência.
Para Freud, o ego era dependente do id, do superego e da realidade e, portanto, seria uma estrutura fraca.


Baseado na apostila "Psicologia Aplicada ao Direito", do Profº Rodrigo Soares Santos